Bloco de Notas

Citação nº.3

O desporto é uma teoria. Fundamenta-se, antes de tudo, na motricidade humana, isto é, no movimento intencional que procura a superação, ou a transcendência. É uma prática (ou acção) e, como tal, supõe a necessidade de uma formação, de uma pedagogia. Manuel Sérgio in Algumas Teses sobre o Desporto.

Capacidades Técnicas

Na gíria do futsal há diversas expressões, por vezes utilizadas por diversos comentadores desportivos, que nós vamos ouvindo, ás vezes sem eles saberem exactamente o que tais palavras querem dizer, mas que aos treinadores não passam completamente despercebidos. Pelo menos têm obrigação de não passar. Assim, conceitos como, cobertura defensiva (vigilância, pressão, temporização, contenção, marcação) ou ainda conceitos tácticos ofensivos (paralela, diagonal, sobreposição). Factor táctico - estratégia - acto táctico - factor psicológico - espaço - tempo, etc. Tudo isto para além do domínio de todas as variáveis do treino; as condicionais - física, técnicas, tácticas e psicológicas. As capacidades motoras; força, resistência velocidade, flexibilidade entre outras, fazem parte do léxico e do conhecimento do futebol em geral e do futsal em particular, o que de certo modo o treinador que desenvolve e utiliza correctamente todos estes conhecimentos da ciência do treino, possui um certo conforto relativamente à forma como vai encarar os seus adversários. São conhecimentos bastante valiosos. Mas, meus senhores, se um treinador não possuir na sua equipa jogadores que façam a diferença, e que saibam interpretar todos estes conceitos transmitidos nos treinos, os verdadeiros artistas, os dotados de capacidades técnicas invulgares, nenhum treinador se sentirá confortável no seu banco.

Época de 2008/09

Com muita pena minha não foi possível para a época em curso continuar a treinar os infantis do Grupo Amigos da Costa. A decisão final foi minha, devido às dificuldades e às condições existentes naquele grupo de trabalho, mas não quero deixar de realçar algumas explicações que me foram transmitidas e que ajudaram a reforçar a minha decisão, embora explicações não muito convincentes, diga-se. De qualquer maneira, boa época para vocês miúdos.

O Distrital de Infantis

A Associação de Futebol de Setúbal decidiu esta época voltar ao antigo figurino na organização do campeonato distrital de futsal na categoria de infantis. A meu ver mal. Com o actual campeonato e com a inscrição de cada vez mais equipas a disputar a prova, o torneio torna-se uma autêntica maratona com muitos jogos e com deslocações longas que a maioria das equipas têm que efectuar para realizar e cumprir os seus jogos. Estaria melhor, sem dúvida o modelo antigo com duas séries constituídas por equipas de uma determinada região.
A AFS continua a não olhar para os interesses e dificuldades dos clubes, para o caso das deslocações, isto apesar, de algum apoio e esforço que as autarquias fazem, para poder satisfazer todos os pedidos dos clubes.

AOS SEUS LUGARES

Principia hoje a prova máxima do futsal regional, o Distrital de Séniores Masculinos.

A avaliar pelo que aconteceu na pré-época, em termos de notícias, jogos de preparação e formação dos quadros de jogadores, parece-nos que, na grelha de partida, as equipas do Vale de Cavala, Miratejo e Bairro do Laranjal, são as equipas que fornecem mais argumentos para disputar o título, admitindo que no decorrer da prova possa haver alguma surpresa por parte de outras equipas.

Espera-se e deseja-se um campeonato competitivo, com boas assistências, boas arbitragens, bons jogos e que decorram com elevado grau de desportivismo.

BLOCO DE NOTAS

Citação nº. 2

O treinador tem de dar aos jovens praticantes aquilo que eles precisam, mas da forma de que eles gostam (Bill Hamilton)

Reflexões sobre liderança

É dever do General
Manter-se sereno,
Inescrutável,
Ser justo
E imparcial.

Quando as ordens são consistentes
E eficazes,
General e tropas
Gozam e confiança mútua.

Ordens consistentes e eficazes
Inspiram obediência;
Ordens inconsistentes e ineficazes
Promovem desobediência.

Indisciplina no cerne das tropas
É sinal
De que o general
Não é respeitado.

Se um General se comporta
Por vezes como um tirano
Outras como um cobarde
No trato com os seus próprios homens,
É sinal
De suprema incompetência.

(Extraído da Arte da Guerra de Sun Tzu)

Ganhar e Ganhar

Sendo por vezes obsessiva a cultura do desporto espectáculo, penso que ainda mais perigosa e destrutiva é a mania de se considerar como valor ético o conceito de que ganhar é tudo e de que uma pessoa não vale nada enquanto não for o número 1.
Não vale a pena saber "como jogaste" pois só interessa saber se ganhaste!
Se esta ideia de ganhar a todo o custo construiu universidades de algum nível desportivo, teremos de nos preocupar pelo facto deste mesmo conceito estar a penetrar cada vez mais também no desporto das crianças e jovens. Thomas Tutko e Williams Bruns

Em parte poderei afirmar a minha concordância com esta teoria expressa. Evidentemente que ganhar a todo o custo não interessa, sendo até no sentido ético bastante deplorável. Ainda mais se se trata de incutir nos jovens praticantes esse conceito negativo do desporto. No entanto, pela minha experiência de lidar com jovens praticantes, o factor ganhar não deixe de ter a sua componente positiva. Não deve é ser o objectivo nº 1. A criança sente-se mais motivada, orgulhosa e a sua auto-estima reforçada. E o mesmo acontece com o seu treinador e seus colaboradores. O homem é por natureza, um animal competitivo, daí a popularidade de qualquer desporto. Sendo a competição a tentativa de o homem de se superar a si próprio.

O Nível dos Nossos Treinadores

Recentemente dois treinadores do nosso Distrito, Paulo Santos e Ricardo Fernandes, frequentaram o curso de formação de nível III, passando com aproveitamento. A notícia passou num conhecido fórum onde se fala de tudo, e até o que se não deve, sendo as primeiras opiniões sobre a notícia, um tanto ou quanto contraditórias, aliás, como já se esperava.

Em primeiro lugar, quero dar os meus parabéns aos referidos treinadores, pelo esforço desenvolvido e o interesse manifestado pela modalidade, sendo sem dúvida boas valências para o desenvolvimento do futsal do Distrito.

Mas temos que analisar as opiniões diferenciadas sobre se, valerá a pena ou não qualquer tipo de iniciativa deste tipo, não só para os interessados, como para a modalidade em si no Distrito. Acho que, depende do contexto em que estamos a observar a questão.

Sem dúvida que os jogadores, as equipas e consequentemente o nível do futsal no Distrito evoluirá com os conhecimentos adquiridos por estes treinadores. Ainda para os próprios, são mais valias que é bom possuir. Conhecimento é poder. Tornando-se os horizontes muito mais vastos, dependendo, está bem, das ambições de cada um desses treinadores.

Se, entretanto, olharmos para o estado actual de absoluto amadorismo dos jogadores que actuam nos Distritais, mesmo na sua própria mentalidade, as infraestruturas da grande maioria dos clubes, alguns aspirando muito naturalmente a subir a outros patamares (escalões), a falta de meios para os treinadores trabalharem em conformidade com as suas teorias entretanto adquiridas, somando a tudo isto, o difícil retorno do seu próprio investimento, porque são poucos, os clubes que podem remunerar convenientemente, acho que realmente não valerá a pena.

Acho que, a chave está no investimento dessas valências na área da formação.

Frases Célebres

É habitual nas conversas sobre futebol, os teóricos de café ou para os mais entendidos, utilizarem diversas frases que completam uma ideia ou um conceito sobre o complexo mundo desta modalidade desportiva. Uma delas é famosa: A melhor defesa é o ataque. Quem é que já não ouviu isto? O seu autor é Hugo Meisl, o grande mestre do futebol dos anos 30. Nascido em Viena, ele foi o grande percursor do futebol austríaco a que se deve a evolução do futebol ao longo dos tempos. Meisl, foi seleccionador nacional de uma selecção austríaca que passeava a sua classe por essa Europa fora. A confirmar a frase que estamos a descrever, verificaremos a frieza de alguns resultados da equipa maravilha: Bélgica 6-1; Escócia 5-0; Hungria 8-2; França 4-0; Alemanha 6-0; Suíça 8-1; Suécia 4-3 e Itália 2-1.

Hugo Meisl impulsionou também a primeira competição internacional de clubes, A Taça Mitropa, só para clubes da Europa central.

A melhor defesa é o ataque. Também acho.

Bibliografia "Os Magos do Futebol" de Luís Freitas Lobo

Atitude do Treinador nas Competições

Normalmente quem está assistir a um jogo, é opinião geral que, um treinador que gesticula, que grita para os seus jogadores, é um treinador exigente, interventivo e competente. É uma opinião que colhe bem nos adeptos, nos dirigentes, mas errada no aspecto pedagógico. O caso é mais grave quando estamos perante jovens praticantes. Na altura da competição, o treinador deverá analisar o que está mal com a prestação dos seus jogadores, e nas pausas do jogo corrigir o que lhe parece mais útil. O excesso de informação para dentro das quatro linhas, além de ser duvidoso que algum aspecto do jogo se modifique, nenhum jogador consegue rapidamente assimilar o que foi transmitido, porque simplesmente a mensagem não tem recepção, porque o jogador não ouve, embrenhado que está nos diferentes aspectos da luta que está a empreender. Além disso, nos jovens essa percepção ainda é mais rara, porque o jogador ainda não domina completamente todos os aspectos globais do jogo.

A competição não é a melhor altura para analisar os erros, sendo mais proveitoso e correcto destacar e incentivar os atletas e seus comportamentos positivos.

Para um correcto comportamento de um treinador na altura da competição, julgamos que os momentos que antecedem os jogos, nas pausas e no final, são as alturas ideais para um treinador intervir.

Novo Jogador

Técnicamente, ao nível do seu desempenho, o novo jogador tem de ser mais rápido, mais ágil, mais resistente, mais forte, isto é, tem de ser um jogador mais destro. A outra componente tem a ver, com qualidades morais do futsalista, e não é menos importante. Neste contexto, o jogador de hoje tem de ser um jogador mais disciplinado, mais educado, mais receptivo às propostas que lhe são feitas, mais ambicioso e tem de se revelar, igualmente, mais disponível para o trabalho.

Orlando Duarte, seleccionador nacional

A Verdade Desportiva

Na última jornada do Distrital, a equipa do Paivas deslocou-se ao recinto de Sines para defrontar os Independentes B, repito, os Independentes B. Ao saber do resultado tão desnivelado, não condizente com aquilo que as equipas vinham fazendo no campeonato, e ao indagar o que efectivamente se passou no referido jogo, vim a saber que a equipa de Sines utilizou jogadores que fazem parte da equipa do referido clube no Nacional. Eu sei, que se os Independentes utilizaram esses jogadores é porque sabiam que regulamentarmente o podiam fazer. Mas eu pergunto, onde é que está a verdade desportiva neste procedimento?

Futsal e a Imprensa

O Futsal não é uma modalidade muito divulgada na imprensa desportiva nacional, salvo algum acontecimento em que intervêm jogos com equipas de top ou participações da selecção nacional. O acordo entre a SIC e a Federação Portuguesa de Futebol, para as transmissões em directo de jogos da I Liga é um oásis neste panorama. Uma ideia para enaltecer como acto feliz de propaganda da modalidade. Desejo destacar na imprensa regional, o esforço da rádio Baía, sempre muito atenta ao que se passa nos principais campeonatos. Divulgando notícias e resultados, havendo um espaço semanal para entrevistas, com jogadores, dirigentes de clubes e treinadores, esta estação do concelho do Seixal desempenha, assim, um papel importante na divulgação do futsal regional e um bom exemplo a registar.

Seminário Nacional

Com o objectivo da transmissão de conhecimentos, desde a planificação à aplicação prática da unidade de treino, através da experiência dos profissionais da Área de Formação do SLB, realizou-se no domingo no Centro de Estágio do Seixal, um Seminário Nacional, sobre metodologia do treino na formação.

Do programa constava, a apresentação da Estrutura da Área de Formação do SLB. Conteúdos e objectivos formativos de unidade de treino. Sessões Práticas: Exemplo de uma unidade de treino no escalão de escolas. Além de visita guiada ao Caixa Futebol Campus.

Com cerca de mais de 60 participantes interessados na problemática da formação de jovens, este foi um dia bastante interessante e proveitoso. Um espaço de interecção sobre as novas teorias da formação de jovens.

Aprender, aprender sempre

Publicações

São poucas as publicações no mercado sobre fundamentos teóricos no treino de jovens. O Centro de Estudos e Formação Desportiva da Secretaria de Estado da Juventude e Desportos, tem editado alguns livros sobre a matéria, onde ainda se pode encontrar em certas livrarias. Para informação escolhi este excelente livro de Jorge Adelino, Jorge Vieira e Olímpio Coelho, Treino de Jovens - O que todos precisam de saber!

Tenta ganhar a ti próprio antes de quereres aos outros

Comentário

Terminou neste fim-de-semana a 1ª. volta do Distrital de séniores masculinos - faltando apenas disputar, dois jogos que se encontram em atraso - onde podemos aferir o que de mais importante aconteceu.

O Vale Cavala foi o vencedor desta 1ª. volta, num campeonato onde toda a gente é unânime em referir, dos mais disputados e competitivos destas últimas épocas.

Existem alguns indicadores, desde já, que nos permitem avaliar o comportamento das principais equipas. Parece-me que, o Vale Cavala e a AD Quinta do Conde, são os principais candidatos à subida. Depois há um conjunto de equipas que ainda têm uma palavra a dizer e que podem contribuir para baralhar as nossas contas. Inclino-me para o Vale Cavala como o grande favorito. Equipa bem orientada, possuindo jogadores muito experientes, com muitas soluções no banco, sem que a qualidade de jogo se altere. Grande espírito de grupo e persistência militante dos seus dirigentes em alcançar os objectivos perseguidos já algum tempo, fazem daquele conjunto o principal favorito.

Destaco igualmente o Paivas, como a grande surpresa desta 1ª. volta. Paulo Barroqueiro tem tido a paciência necessária, para arrostar com algumas criticas ao longo destas duas últimas épocas devido aos maus resultados, e classificações não muito conseguidas, montando uma equipa jovem e com ambições. O histórico Miratejo que pratica um futsal vistoso, bem trabalhado, mas que nesta 1ª. fase apresenta um handicap. Não conseguiu ganhar às três equipas que melhor se apresentaram no campeonato. Foi melhor como visitante do que como visitado. Vejamos o que conseguirá neste âmbito a seguir.

Quanto às arbitragens. O nível não melhorou muito, a não ser quando é destacado, para alguns jogos, árbitros dos nacionais. As queixas não deixam de se fazer sentir, sendo notório que de facto não existe uma correspondência no nível das arbitragens, comparativamente ao melhor nível técnico patenteado pelas equipas.

BLOCO DE NOTAS

CITAÇÃO Nº. 1

Treinar jovens é desenvolver um trabalho orientado por princípios de ordem educativa e formativa, devendo o treinador assumir a responsabilidade de contribuir, com o seu exemplo e influência, para o desenvolvimento das capacidades dos jovens e para a transmissão de valores morais, culturais e sociais consentâneos com as regras de vida em sociedade. (A.Vasconcelos Raposo)

Exemplar

Realizou-se esta manhã no Pavilhão de Escola Reis Silveira (Torre da Marinha) a apresentação das escolas de formação do Encosta do Sol, com a presença do internacional do SLB, André Lima, que apadrinhou este evento. Estiveram também presentes o seleccionador nacional, Orlando Duarte e José Carlos, jogador do SLB, além de treinadores de outros clubes interessados na problemática da formação.

Foram apresentadas as equipas de escolinhas (formação e competição), e infantis do clube, tendo Orlando Duarte, referido a importância cada vez maior destas iniciativas tendo em conta o desenvolvimento daquelas crianças e para o futuro da modalidade. Por seu lado, André Lima além de referir o orgulho de apadrinhar a iniciativa, elogiou o esforço dos dirigentes do clube, indicando que é este o caminho certo, para uma modalidade que está em expansão em Portugal.

No final foi um prazer assistir aos diversos lances de jogo entre as equipas do clube, e do Núcleo Sportinguista da Costa da Caparica, Portugal Cultura e Recreio e A. Vale Milhaços, equipas convidadas, em jogos nos escalões referidos.

Um exemplo.

TREINADOR DE JOVENS

Poderá um treinador de jovens alcançar o mesmo sucesso, ao transitar para os escalões com praticantes mais velhos? Diz a experiência que nem sempre é fácil o sucesso. As duas realidades são completamente diferentes. No caso do treinador de jovens, trata-se de adquirir uma especialização própria, mais específica, em termos de pedagogia, metodologia, abordagem aos objectivos a atingir e o modo de encarar as competições. Poderemos perguntar, então essa não é uma fase própria para a transição para os outros escalões? Não será um processo normal, em termos de gestão de carreira? Partindo do pressuposto que a carreira de treinador se organiza por etapas, desde a iniciação até à alta competição, à semelhança do praticante, então sim. Só que este processo não é a melhor forma de servir os jovens atletas e o desporto em geral. O que se deseja é que os treinadores que adquiriram uma qualificação específica, possam manter-se junto dos mais novos, isto também em parte devido à dificuldade que os clubes têm de recrutar pessoas qualificadas para a função.

Curtas e Rápidas

Assisti neste último sábado ao jogo a contar para a 13ª. jornada do Distrital entre as equipas do CCD Paivas e AD Quinta do Conde. Num jogo importante para as duas equipas, verificou-se que a actuação da equipa de arbitragem não esteve bem para a importância do jogo. Muitos cartões amarelos, algumas decisões erradas. Demasiado protagonismo. Será, que já não se pode falar no banco?

DANÇA DE TREINADORES

Tenho vindo a constatar mudanças constantes de orientação técnica em equipas de futsal que disputam os Distritais e Nacionais. Nada mais é prejudicial às equipas que estas medidas que eu considero avulsas, mais a mais, naquilo que se designa por desporto amador. É uma cultura que os directores dos clubes vêm adoptando, uns pelos maus resultados, outros por desígnios pessoais dos próprios treinadores - aqui tudo bem - copiando no pior sentido o que se passa no profissionalismo.

Como dizia uma pessoa também ligada ao futsal regional, devia de haver cursos, não só para árbitros e treinadores, mas também seria igualmente útil haver para directores desportivos e presidentes de clubes.

ANGUSTIA DO TREINADOR, ANTES DO PENALTY

É perceptível para qualquer pessoa atenta ao futsal no Distrito, uma certa evolução das equipas e dos jogadores que disputam o respectivo campeonato. A meu ver fruto de uma maior exigência e competência dos treinadores, o que não é alheio uma melhor preparação teórica dos mesmos.

Embora siga o pensamento que a combinação entre a teoria e a prática, seja o ideal para um treinador, os cursos ministrados pelas associações permitiu aos interessados melhores conhecimentos nas diversas componentes da ciência do treino.

Mas a par daquela realidade, um problema se coloca aos treinadores, quando inseridos numa estrutura meramente amadora. É que os fundamentos teóricos que aprenderam esbarra muitas vezes com uma realidade que os supera. O que vale elaborar planos de preparação a longo prazo, os chamados, microciclos, mesociclos e macrociclos, sabendo que os jogadores vivem num absoluto amadorismo, para não falar na falta de condições que os clubes oferecem às equipas. Neste âmbito aos jogadores não se pode exigir mais do que os condicionalismos e disponibilidades de cada um. O tempo para as sessões de treino são geralmente de três sessões semanais, o que dificulta aos treinadores cumprirem integralmente a sua planificação. Tudo se desenrola dentro de uma cultura da imprevisibilidade que não ajuda nada a uma melhoria dos níveis que o treinador se propôs. Ele próprio, às vezes, é o protótipo do bom samaritano que por sua conta e risco ajuda a resolver alguns problemas dos seus jogadores e equipas que dirigem, num autêntico amor à modalidade e àquilo que gostam de fazer.

PERCURSO

Os primeiros passos do futebol de salão em Portugal surgiu na década de sessenta. Foi o extinto jornal "Diário Popular", que organizou um torneio que rapidamente se popularizou no seio da juventude. O jornal além de patrocinador, divulgava nas suas páginas a constituição das equipas, os jogos e os resultados. Foi uma equipa, por sinal de Almada, os "Titâns", que venceu a 1ª edição dos torneios realizados. Mas foram nos torneios organizados pelo Boa-Hora e Combatentes que tive a oportunidade de participar fazendo parte da equipa do Real Olímpico de Almada.

Da esquerda para a direita - Ricardo, Eurico e Baptista, no 1º. plano
Américo, C. Rocha, Henrique e Lino, no 2º. plano

Mais tarde é que surgiu o futebol de salão, com novas regras, já sem a utilização das tabelas, tendo as primeiras provas sido regulamentadas oficialmente e disputado os respectivos campeonatos. Ainda assim, e até ao evento da actual designação de futsal, ainda houve o futebol de cinco.

Ao longo dos últimos anos a dinâmica do jogo tem sofrido profundas alterações, apresentando-se hoje claramente distinto do que se poderia observar no princípio da modalidade.